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Call of Duty: Black Ops Análise
Call of Duty: Black Ops Análise

Call of Duty: Black Ops
 
Call of Duty: Black Ops
Temei concorrência! Call of Duty: Black Ops é a prova de que a Activision ainda mantem as rédeas presas sobre seu "ás na manga"....
 
Você está sentado em uma cadeira de madeira podre, assistindo um homem quase morto ser espancado na nuca por um cano de metal, seu crânio desfalescido jorrando dois filetes de sangue grosso, enquanto alguns soldados vietcongs assistem com bizarra atenção a cena em seu entorno, impassíveis até mesmo enquanto o cadáver é levado para um canto escuro. Os limites da tela são opressores, e feitos ainda mais ameçadores por um facão rente em sua garganta. Mas nem a tela, nem o facão vietnamita, impossibilitam o choque da cena seguinte: o próximo a se sentar na sua frente e pegar o lugar antes ocupado pelo defunto é o seu fiel companheiro, que lhe acompanha pela aventura e é a manifestação virtual daquilo que fãs de Call of Duty já estão acostumados: um roteiro fechado e sem quaisquer desvios. Os passos dele são seus passos - diz o script do jogo - mas durante a cena de tortura a coisa desvirtua. O soldado está parado a sua frente, com a cabeça baixa e claramente exausto. Um revólver pousa violentamente na mesa, o vietnamita que a colocou ali gira a arma e obriga seu amigo a mirá-la na cabeça e puxar o gatilho. Tensão, gritaria e suor... e Clic! Faz a arma inofensiva, assim como também a cabeça de qualquer bom cinéfilo de plantão: esta é a mesma cena da roleta russa em O Franco Atirador, de 1978. A inspiração, sim, é clara, mas tudo termina depressa. O objetivo da cena em Black Ops é puro choque, uma picada ácida e simples em seu cérebro reptiliano. Longe de encapsular a mistura de emoções, o nervosismo e até o humor negro presente na encenação entre De Niro, Christopher Walken e um revólver carregado, a cena mostra aquilo que a Activision quer de verdade com o game: te pegar pelo pescoço.

Assim como os homens em suas cadeiras, a série Call of Duty foi vitimada por um golpe aparentemente fatal. No início deste ano, Vince Zampella e Jason West, co-fundadores do estúdio Infinity Ward (até então responsável majoritário pela marca Call of Duty) deixaram seu cargo naquela que se tornaria a mais discutida demissão desde que o implacável Tomonobu Itagaki pediu suas contas na Tecmo Koei. Tendo dois de seus maiores e mais influentes nomes fora da jogada significou um futuro incerto para Call of Duty. Com medo de perder sua mais lucrativa franquia, a publisher Activision passou a recrutar uma diversidade de estúdios para trabalhar em lançamentos para a série, e este ano a escolhida foi a Treyarch (que já desenvolveu Call of Duty 3 e CoD World at War). É a história do time de várzea que, por condições completamente estranhas, ganha a chance de ter prestígio de clube de primeira divisão. E é com as explosões e tensões emergentes na campanha de Black Ops que a seleção da Treyarch transparece sua vontade de abocanhar o campo inteiro.

Sutileza está sem dúvida fora da agenda de Black Ops, mas sua trama sem dúvida tem seus méritos. O jogador está no controle do capitão Alex Mason, que acorda em uma estranha sala de tortura, pressionado por vozes a explicar o sentido de uma série de números. Pra seu azar, nada disso faz sentido sequer para o protagonista, e o jogo gira em torno das memórias de Mason, a procura do que quer que o código possa significar. Por causa desta solução narrativa, o jogador visita uma diversidade de ambientes diversos. Livre de ter que se resumir a uma ou duas campanhas de uma Segunda Guerra Mundial ou de um faz-de-conta terrorista, a Treyarch leva o jogador do Vietnã até as vilas e cidades de Cuba, passando por cadeias montanhosas, cenários submersos e até o Pentágono norte-americano. O mote do game está nos conflitos nascentes durante o período da Guerra Fria, mas até o final do jogo tantos ambientes, personagens e situações são expostos ao jogador que será necessária uma boa massagem cerebral para juntar todos os nós da trama. Mas é a exposição da história o pior elemento de Black Ops.

Seguindo nas esteiras da série, o novo game é totalmente linear e roteirizado. Isso, por si só, não é problema algum. Retirando das mãos do jogador algumas possibilidades de ação, a Treyarch conseguiu evitar excessos e costurou uma trama que poderia ter sido muito mais caótica do que já é. O que realmente mata o jogo é que o roteiro, vez ou outra, toma pra si tanta importância que o jogador é deixado completamente de lado. Um popular - e infame - vídeo capturado por um jogador foi parar no Youtube e mostra como é possível vencer uma das fases do jogo sem precisar fazer nada ou atirar mais que duas vezes. Isso tudo na segunda maior dificuldade do jogo, vale dizer. Outro exemplo gritante é uma fase em que você pula na cabine de um bombardeiro Stealth SR-71 Blackbird, e a única coisa que o jogador é convidado a fazer é segurar um botão para a aeronave decolar. São casos meio caricaturatos e exagerados, mas não deixam de ser verdade: em muitos momentos Black Ops praticamente se joga sozinho. Isso se deve tanto a estrutura altamente linear e centrada em narrativa quanto à inteligência artificial inepta de seus companheiros e inimigos, que, quando não seguem seus trilhos pré-definidos, raramente impressionam com algum uso de tática.

Se você é do tipo de jogador que não se importa com esse tipo de limitação, você terá em mãos um sistema de tiro em primeira pessoa que é facilmente um dos melhores disponíveis. O jogo conta com uma série de armamentos bem variados, que inclui pela primeira vez na série um exótico arco-e-flecha com pontas explosivas - pense no bom e velho Rambo II - e trabalha em cima da ideia de balanceamento que é o pilar de Call of Duty. Nenhuma arma no jogo é demasiado poderosa, e você se verá trocando e experimentando com uma diversidade de armas disponíveis até achar aquela favorita. Quem já jogou a série vai logo se sentir em casa, visto que, com a exclusão de um mergulho útil para desviar de projéteis, nada realmente significativo é adicionado ao sistema de jogo. Você ainda deve se preocupar em se posicionar no campo de batalha, saber a importância de disparar em rajadas curtas e amar a mira telescópica de sua metralhadora. Sequências de ação com veículos também pipocam vez ou outra, com o jogador comandando motocicletas, helicópteros e barcos. A variedade ajuda a dar um tempero a mais em uma campanha que é de longe a mais focada em narrativa - e uma das melhores - da série. Mesmo não sendo livre dos problemas apontados acima.

Mas é claro que muitos de vocês estão atrás do game pelo seu substancioso modo multiplayer. Black Ops traz de volta os elementos que tornaram o multiplayer de Modern Warfare 2 um sucesso de público. Você começa com um inventário básico e um modelo de personagem simples, e conforma você compete em partidas com outros jogadores, novas armas, itens e habilidades especiais (ativadas quando você mata um certo número de oponentes em uma só vida) são disponibilizados. De uma mera Glock e AK-47, você pode terminar o jogo com uma potente espingarda de cano serrado e com a habilidade de lançar ogivas nucleares no grupo adversário. Algumas mudanças foram feitas em Black Ops, e a mais importante delas é que, para você adquirir armas, itens e opções de customização (em ainda maior número do que em MW2) você tem que gastar COD Points, uma nova espécie de dinheiro do jogo que é coletada individualmente da experiência que você já reúne em cada partida. O que essa moeda traz de realmente novo é a possibilidade de adquirir itens e habilidades na ordem que o jogador bem desejar. Como resultado você vai acabar vendo muita gente com inventários bem diferentes uns dos outros. A experiência ganha em combate ainda é importante para abrir coisas mais gerais, como novos "catálogos" de armas, modos de jogo e espaços de customização. Mas fique esperto: você vai ter que suar para conseguir amontoar uma boa quantidade de COD Points, e uma vez que você adquiriu algo na loja, não tem como voltar atrás. Ou seja: se você quiser aquela luzinha rosa pra seu laser de mira, esteja BEM certo!

Aproveitando a novidade dos COD Point, a Treyarch criou uma nova modalidade de jogo: as Wage Matches. Pense nelas como partidas em que você pode apostar seus COD Points em cima de sua própria performance, e também como o meio mais rápido, arriscado e criativo de ganhar ou perder sua bufunfa virtual. São vários tipos de Wage Match: "One in the Chamber" te coloca na luta com uma pistola de um tiro só e uma faca. Se você derrubar um oponente com a lâmina, você é recompensado com uma bala para sua pistola. Em "Gun Game", cada vez que você mata alguém sua arma é trocada por uma mais potente - são até 20 níveis - e quando você é atingido por uma Tomahawk, você volta um nível atrás. Nas partidas de "Sharpshooter", a arma de todo mundo é trocada em intervalos de 45 segundos de forma completamente aleatória. Finalmente, o "Sticks and Stones" te coloca com uma faca balística, um arco-e-flecha e um Tomahawk em mãos. São todos muito divertidos, mas vão sem dúvida atrair o público mais dedicado da série. Combates são intensos - principalmente em "One in the Chamber" - e se você não estiver preparado para ficar entre os três primeiros de uma partida - os únicos a levarem a bolada no final - é melhor nem tentar. De resto, a playlist do jogo continua a mesma, com a inclusão de um útil modo Training e uma modalidade que retira Killstreaks da jogada. Isso sem nem contar nas diversas geringonças presentes.

Vale deixar claro que, no momento que publicamos esta análise, o modo multiplayer da versão para PC de Black Ops ainda sofre de algumas deficiências severas. Problemas no Matchmaking e na conexão com servidores torna o jogo quase impraticável, e mesmo quando conseguimos nos conectar em uma partida, a quantidade de lag e de quedas de Ping dominaram a experiência, resultando em combates imprevisíveis e mortes desnecessárias e frustrantes.

Como os homens sentados à mesa para uma rodade de Roleta Russa, a Activision e a Treyarch não estavam exatamente prontas pra comer capim pela raiz. Black Ops é produto de uma mensagem: mesmo com a Infinity Ward em processo de reestruturação, Call of Duty está longe de deixar de ser o arrasa-quarteirão do fim do ano. E com tanta explosão, tiroteio e catárse, achamos difícil que alguém vá discordar. Com uma história complexa e uma quedinha pela ação, o game é obrigatório para fãs do gênero e tem em seu multiplayer o maior custo-benefício do mercado. Mas há algo que sobressaiu em nosso tempo com o jogo. Desde o primeiro Call of Duty, Black Ops é o único CoD a parecer mais uma atualização anual do que um novo game propriamente dito. Se você puder conviver com isso, o game é mais do que recomendado - afinal, pra que mexer em um time que está ganhando. Se você não é fã do estilo, não será a Treyarch que irá mudar seu conceito. Não importa quanto fogo e escombro ela mandar em sua direção.